quarta-feira, 21 de abril de 2010

SER MÃE

A missão de ser mãe quase sempre começa com alguns meses de muito enjôo, seguido por anseios incontroláveis por comidas estranhas, aumento de peso, dores na coluna, o aprimoramento da arte de arrumar travesseiros preenchendo espaços entre o volume da barriga e o resto da cama. Ser mãe é não esquecer a emoção do primeiro movimento do bebezinho dentro da barriga. a minha filha por exemplo mexeu aos 3 meses. O instante maravilhoso em que ela se materializou, depois a surgimento dos sentidos, mas tarde ao nascer linda, ver os seus olhos, a boquinha sugando o leite,com vontade,e o primeiro sorriso de reconhecimento.
Ser mãe é ficar noites sem dormir, é sofrer com as cólicas do bebê e se angustiar com os choros inexplicáveis: será dor de ouvido, fralda molhada, fome, desejo de colo?
É a inquietação com os resfriados, pânico com a ameaça de pneumonia. Ser mãe é ajudar a filha a largar a chupeta e a mamadeira. É levá-la para a escola esse momento é maravilhoso, é segurar suas mãos na hora da vacina. Ser mãe é se deslumbrar em ver a/o filha/o se revelando em suas características únicas, é observar suas descobertas. Sentir sua mãozinha procurando a proteção da sua, o corpinho se aconchegando debaixo dos cobertores. É assistir aos avanços, sorrir com as vitórias e ampará-lo nas pequenas derrotas. É ouvir as confidências. Ser mãe é ler sobre uma tragédia no jornal e se perguntar: E se tivesse sido meu filho/a?. E ante fotos de crianças famintas, se perguntar se pode haver dor maior do que ver um filho morrer de fome. É sentir-se invadir de felicidade ante o milagre que é uma criança dando seus primeiros passos, conseguindo expressar toscamente em palavras seus sentimentos, juntando as letras numa frase. Ser mãe é se inundar de alegria ao ouvir uma gargalhadinha gostosa, ao ver sua filha mergulhando feliz numa piscina quando começa aprender a nadar. Ser mãe é descobrir que, por mais sofisticada que se possa ser, por mais elegante, um grito aflito de mamãe te faz sair correndo sem a menor hesitação. Ser mãe é descobrir que sua vida tem menos valor depois que chega o bebê. Que se deseja sacrificar a vida para poupar a da filha, mas ao mesmo tempo deseja viver mais – não para realizar os seus sonhos, mas para ver as realizações dela. É ouvir a filha falar do primeiro namorado, da primeira decepção e quase morrer só de esperar, imaginando quando chegar o dia com apreensão na primeira vez que eu ter que ver ela se aventurar ao volante de um carro quando a maturidade chagar.É ficar acordada de noite, imaginando mil coisas, até ouvir o barulho da chave na fechadura da porta e os passos dela, ecoando portas adentro de casa ou perceber pela fenda da porta de meu quarto as luzes do quarto dela se apagando.  Ser mãe é perceber que ela já está maior que você e agora é ela quem quer colocar você no colo. Finalmente, é se inundar de gratidão por tudo que se recebe e se aprende com um filho, pelo crescimento que ele proporciona, pela alegria profunda que ele dá. Ser mãe é aguardar o momento de ser avó, para renovar as etapas da emoção, numa dimensão diferente de doçura e entendimento. É estreitar nos braços o filho da filha e descobrir no rostinho minúsculo, os traços maravilhosos do bem mais precioso que lhe foi confiado ao coração: um Espírito imortal vestido nas carnes de seu filho. A maternidade é uma dádiva. Ajudar um pequenino a desenvolver-se e a descobrir-se, tornando-se um adulto digno, é responsabilidade que Deus confere ao coração da mulher que se transforma em mãe.E toda mulher que se permite ser mãe, da sua ou da carne alheia, descobre que o filho que depende do seu amor e da segurança que ela transmite, é o melhor presente que Deus lhe deu.

Obrigado meu Deus por ter me dado este privilégio.

Autor: Janeth Sá
Dezembro 2009

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